28 novembro 2007

Pub. Comunicação e Notícia

Agências de Publicidade, Agências de Comunicação, Agências de Notícias! Não gosto do estado a que deixamos chegar a mensagem. Sinto-me usado, ofendido e muitas vezes enganado. Deixamos mercenarizar a palavra. A Publicidade é descarada e invasora, a Comunicação é sibilina e camufla-se por vergonha, e a Notícia é ingénua e julga-se muitas vezes fiel ao facto. Nada tenho contra a Publicidade e a Comunicação enquanto não se travestirem e se fizerem passar por Notícia. Mas é aqui que tudo começa a ser subvertido. Apesar das regras, ainda é possível ler num jornal a notícia de que já voltaram os peixes ao rio X só porque as senhoras desataram todas desalmadas a usar o detergente Y. Ou então, que num período eleitoral o político Z bateu um record de palestras e entrevistas sem que conseguíssemos tão pouco ver onde estava a assistência ou qual foi a audiência. Mas desespero sobretudo, é quando me esbugalho pela Notícia e ela está convertida em duas linhas num canto abandonado, para que o espaço possa conter as promoções relacionadas com o grupo do proprietário dos media que a publica.

27 novembro 2007

O Financial Times


Que pena que os McCann não nos tenham saído Escoceses ou Irlandeses.
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Nada disto teria acontecido. Aqueles pais não teriam cometido o crime de abandonar as crianças para se enfrascarem nos copos, teriam tido o cuidado de chamar primeiro a polícia em vez de avisar a imprensa, não teriam deixado ficar a nossa polícia com dúvidas respondendo a todas as perguntas e teríamos tido jornais e jornalistas inteligentes e não estes analfabetos do Financial Times que não conhecem o país com o qual têm uma das alianças mais antigas da Europa. Uma vergonha esta cultura hooligan.
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O Algarve, segundo os ignorantes do Financial Times de 13 de Outubro.

23 novembro 2007

22 novembro 2007

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Estradas de Portugal

De Portugal, por enquanto.

Esta das Estradas de Portugal e dos 75 anos e não sei mais que coisas difíceis de aceitar, nem eu percebi e foi para mim de todas a mais estranha. Porque 75 anos?!... Nem os meus netos vão assistir ao fim desta concessão que a páginas tantas vai virar empresa privada! Duvido que a Direita se permitisse fazer isto! Aquilo não se auto sustenta? Bom, mas então assim vai começar a dar lucro? E quem paga? O negócio está avaliado em 11 500 000 000,00 de Euros. Não sabe ler? Dou uma ajuda, são 11,5 mil milhões de Euros. Tssst!... como diz o outro. Estraaanho ...

Nem de propósito, os espanhóis subiram hoje a sua participação na Brisa para quase 20%. Estraaanho...

19 novembro 2007

De Rerum Natura

Fazendo-lhe apenas visitas a espaços, cometo com ele a maior injustiça perante a importância da sua contribuição no engrandecimento da blogosfera portuguesa. Mas aquela velocidade de produção, é uma pena, não tenho tempo para tudo. Ganhará quem tiver e for fiel. Aqui fica o reparo, na escolha aleatória deste post: ABCiência na RTP e do link permanente ali ao lado, que obviamente não espera nem quer retribuições, é apenas uma homenagem atrasada.

14 novembro 2007

Outra Humilhação Inglesa

(Post em actualização)

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.Meus Caros, não admito o vosso alheamento da revolta com o caso que segue. Acabo agora de ouvir a notícia e estou completamente estarrecido e indignado, não só com o que ouvi, como com a forma com que os nossos responsáveis encaram mais esta afronta ultrajante, não só à nossa Polícia, como à Pátria, seja qual for o conceito que cada um de nós tenha dela. Leiam primeiro a notícia que já anda na comunicação social, mas pode ser lida aqui: PortugalDiário, ou aqui: DN Online, ou até no PRAVDA, por exemplo, ou no UOL (Brasil), na Sky News etc.etc.

É a primeira vez que abordo esta questão da Madeleine dos McCann e não é preciso referir, como nos envolvemos todos sentimentalmente neste caso, e nos envergonhamos agora de não ter feito o mesmo com as crianças e as famílias portuguesas que tiveram a mesma tragédia, aí sim, fomos “estrangeiros duvidosos” e a isso, respondeu a bestialidade e a arrogância inglesa com a costumeira agressão verbal. Só me refiro agora a este caso, porque finalmente, estou FARTO! Já nos bastou o enxovalho de Beresford! Estou farto da arrogância e vilanía daqueles grunhos que não sabendo beber cerveja, deveriam beber merda, e estou farto do chá que bebem de dedo espetado no ar para cheirar a caca que restou do cu da galinha. Merda também para a reciprocidade portuguesa que leva o nosso Ministro da Justiça a desqualificar esta porra destas declarações, subscritas depois pelo eurodeputado inglês Knapman, dizendo que o assistente Piers Marchant falou em seu nome. (!...) Haveremos de descobrir turistas que nos permitam usufruir do Algarve sem termos que nos sentir fora de casa. De cu para o ar, é que não. Ninguém pede ao menos demissão daqueles bastardos. E vocês, vão ficar parados a olhar para o que leram?
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Uma sugestão aqui: AutoHoje fórum
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Alertas importantes, aqui: Censuras & Difamação I, e em todo o blog de Joana Morais que está empenhadamente a defender-nos da cretinisse britânica.
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10 novembro 2007

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Dificuldades de Comunicação

Os portugueses comunicam muito bem no plano individual mas muito mal no colectivo, com um Estado pelo meio, que não sabe falar connosco. Vem isto a propósito dos fogos inéditos de São Martinho. Fiz em Setembro uma viagem pelo Norte e verifiquei a grande existência de queimadas por todo o lado. Havia ainda alguma humidade residual das chuvas que haviam caído e o fogo não pegava por isso, mas estamos agora em Novembro sem mais pinga de chuva e todos os agricultores sabem da secura das suas terras. Fica assim muito claro que a continuação daquelas queimadas só poderia resultar nisto.

Falhando a comunicação individual que fizesse circular a prudência nos fogachos, deveria haver uma forma de todos perceberem ao mesmo tempo aquilo que o bom senso mandava que não se fizesse. Mas nada. Se lá for agora, veremos o mesmo rastilho para os incêndios de amanhã, que vai por em risco mais património que é de todos, e mais vidas que morrem pela negligência de uma sociedade que fala muito mas não se entende.

09 novembro 2007

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Os Sem-Abrigo - Parte II

As necessidades destas pessoas vão muito além de uma sopa, basta olhar para qualquer uma para se perceber que precisam de mais higiene pessoal, precisam de ter acesso a consultas médicas que os recuperem de males de simples tratamento por vezes, precisam de um tecto e de roupas de agasalho no Inverno, precisam de ter zonas onde possam repousar sem ter que vaguear de arcada em arcada, colidindo constantemente com a sociedade que não pode e não sabe conviver com estes problemas, havendo já de prova suficientes conflitos, precisam de ter zonas onde possam ter um convívio possível e até, locais onde possam ainda experimentar a sua utilidade para a sociedade e quem sabe, a sua reinserção. Fazer com eles uma festa de vez em quando como acontece, se bem que louvável, é tapar o sol com a peneira e esquecer que há mais 364 dias. Na impossibilidade da resolução deste problema a montante, uma das hipótese de atenuar os seus efeitos sobre os atingidos e a sociedade, seria a concretização de um projecto nestes moldes:

1 - Ele tem que ser desenvolvido num local que possa reunir todas as condições para implementação de todas as necessidades atrás descritas em conjunto e não se confinar a uma reconversão do actual refeitório mantendo a mesma estrutura.

2 - Esse espaço, amplo, deveria ser obviamente dentro da cidade e de uso exclusivo. A sua dimensão deveria ser suficiente para poder acolher um projecto integrado.

3 - Deveria ser num local com alguma arborização e zonas verdes, de acesso fácil e livre mas condicionado. Este acesso condicionado resultaria melhor num espaço com entrada e saída única.

4 - Deveria ter estruturas de apoio privadas para os funcionários da Instituição, a pessoal médico, para-médico e de vigilância/segurança.

5 - A gestão e o suporte financeiro, para além do que actualmente suporta o que funciona actualmente na Av. Almirante Reis, ao Jardim dos Anjos, deveria ser encontrado numa parceria entre a Santa Casa e com outras Instituições de grande credibilidade como as que já citei e estou convencido o próprio cidadão de Lisboa não descartaria a ajuda intermitente ou permanente no apoio aos seus “Sem-Abrigo”.

6 - A construção de um projecto de raiz colocaria várias questões. Desde as de carácter financeiro ao da própria exequibilidade do projecto, em função da aplicação de um método para a resolução de um problema cujas perguntas não têm respostas definitivas, por estarmos a lidar com franjas que insistem na sua marginalidade à sociedade, daí a necessidade de integrar todos os que se dedicam ao problema

7 - O procura e o aproveitamento de estruturas disponíveis na cidade, pela Câmara Municipal de Lisboa em conjunto com o Governo e até instituições que historicamente se tem dedicado à assistência social, deveria encontrar soluções que financeira e logísticamente se enquadrassem nos requisitos, podendo nascer daqui uma Instituição exclusiva que aproveitasse as mais valias dos conhecimentos que a integrassem.

8 - Em tempos falou-se na desafectação do perímetro onde está instalado o Hospital Júlio de Matos e transferi-lo para outro local, aqui está agora uma boa razão para manter espaços destes dentro da cidade. Uma estrutura daquele tipo seria o modelo ideal a procurar e aquele que se enquadraria totalmente num projecto com a utilidade destes. A única alteração que lhe faria, admitindo a transferência do Hospital, seria a substituição daqueles muros por separador alto que permitisse a visibilidade igual ao existente no Ministério da Marinha no Terreiro do Paço e do Museu da Electricidade.

De qualquer forma a Sopa dos Podres prova ainda a sua utilidade, mas a manutenção dos seus métodos e a repetição diária daquele cenário e o seu desenquadramento temporal precisam de urgente e radical alteração sob pena de provarmos que pouco evoluímos desde aqueles tempos de penúria.

07 novembro 2007

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Os Sem-Abrigo - Parte I

Não sou técnico no acompanhamento de problemas relacionados com a Droga, Prostituição, Marginalidade, ou dos Sem-Abrigo, mas isso não implica que não pense estas questões em voz alta no intuito de juntar elementos ao debate que é urgente. Estas pessoas vivem em Lisboa, com maior incidência neste bairro e a cidade não pode deixar de ter uma resposta para elas e para nós que convivemos com elas.

São problemas que tendem a aparecer juntos por alguma razão mas aqui, provavelmente terão alguma razão histórica. Abordarei apenas os Sem-Abrigo, não deixando de referir que para os outros existem experiências internacionais de quem se adiantou já nestes processos e bastaria para isso analisar esses resultados e actuar, perdendo as nossas vergonhas e estilhaçando os comportamentos conservadores que mais não são do que permanentes objectores de consciência à mudança.

Lisboa mudou muito desde a época em que o Sidónio Pais fundou nos campos de Arroios a instituição que provia a sopa à pobreza que grassava nos finais do século XIX em Lisboa. Os pobres que a procuravam eram aqueles portugueses que falharam no seu projecto de vida, porque vindos dos meios rurais também não conseguiram ser urbanos e naquela época já não haviam epopeias marítimas onde embarcar e o ouro do Brasil que nunca tinha servido ao povo, já não servia agora nobreza.

A localização da cantina da Sopa dos Pobres era na altura, na periferia do centro da cidade e na proximidade dos bairros operários da Mouraria e do Socorro. Com o tempo e o melhor desenvolvimento social do país, os campos viraram ruas e avenidas e a Sopa dos Pobres ficou no centro da cidade. O perfil dos seus utentes passou do pobre típico daquela época que tinha sido o objectivo da sua criação para o dos “Sem-Abrigo” que são agora uma outra derivação da pobreza existente, a nova geração de excluidos, não justificando esta, por si, a forma actual de funcionamento desta instituição nestes moldes. A prova disto são alguns programas bem sucedidos de outras instituições de apoio que o fazem diferente, como por exemplo a AMI Centro Porta Amiga, O Banco Alementar, a Associação CAIS, Comunidade Vida e Paz etc. que prestam um apoio com outras valências na medida em que o fazem sem que os auxiliados se desinsiram do seu meio e tenham que vaguear pelas ruas e redondezas da instituição que os auxilia.

Por muito que nos custe tê-los com os seus andrajos a dormir à soleira da porta, onde exercitam práticas que tentamos esconder às crianças, não temos o direito de os empurar dali para nenhum ghetto, porque já basta o ghetto pessoal em que vivem. Mas isto não implica que não se procurem alternativas que substituam uma solução que vem de outra época e que serviu outra realidade social. Achar que este problema está resolvido, mantendo esta estrutura simples de um refeitório e uma sala que abre e fecha a porta para dar umas sopas mantendo nos intervalos uma série de necessitados no engôdo salivar de outra refeição, é ter menos visão do que Sidónio e nada ter aprendido com a evolução das ciências sociais.

Partindo do principio que estas situações não se conseguem resolver com o apoio domiciliário, há que procurar uma fórmula de consenso, que inclua as polivalências necessárias para um bom tratamento do problema. Quando digo polivalência, refiro-me à procura das tais soluções integradas que não passem por ter farrapos humanos vaguendo pela avenida, excretando no passeio entre viaturas e dormindo pelas arcadas dos prédios.

(Continua)

01 novembro 2007

A Manga...

- A Manga é de origem espanhola? Esta indicação está correcta?
- Está chim!

Fruta tropical?!... Pouco convencido com a resposta da vendedora chinesa, por ali fiquei. No dia seguinte ouvindo uma entrevista na Rádio, feita num viveiro de árvores de fruto, obtive a resposta:

- Então diga-me, quem é que vem aqui aos viveiros a Miranda do Corvo comprar estas árvores de fruto?
- Os espanhóis.
( ! )

Estava explicado, a Espanha é já um produtor de duas variedades deste fruto tropical no sul da Europa. Vendemos a cana para lhes comprar depois o peixe.

Entretanto por cá, dizem-nos que o problema são os trabalhadores e a culpa é a baixa produtividade, por isso, vá de mandá-los para a escola com os dinheiros que ai vêm. Mas quem deveria recomeçar na primária, eram a maioria dos nossos empresários e governantes, porque nada têm feito com o alvará que pediram e o mandato que a Nação concedeu. Desculpem, mas a culpa não é nossa, é do vosso imobilismo e falta de jeito.