29 novembro 2009

A Igreja

Não é só a falta de consenso no valor da obra de arquitectura da nova igreja em Belém, o qual sabemos que só o tempo devolve, ou não, quando outras análises noutra época pesarem na sua avaliação, que me leva a discordar em absoluto do projecto - também, por não lhe reconhecer nenhum vanguardismo especial digno de crédito - mas, as razões que estranhamente parece não terem pesado na ideia estapafúrdia de colocar ali e naquele ponto alto, mais uma igreja. São tantas as razões que escolher um começo é difícil, mas desde logo, o porquê da coligação de Direita que governava Lisboa à época, ter oferecido tão valiosos terrenos à Igreja, naquela zona. Depois, o da ostentação que é sempre coisa incompatível com a mensagem do inspirador da Igreja mas a que esta pouco liga, sabendo que o projecto vai custar três milhões de euros, que não existem ainda, dizem-nos, um pouco em forma de choradinho. Depois, porque em termos urbanísticos é um desastre e em termos simbólicos há nela muitas contradições. Lisboa, não tem falta de locais de culto católico e aquela zona já possui os suficientes, do que Lisboa precisa são projectos e obras de carácter social, para uma população cada vez mais pobre, envelhecida e amendigada, mas a isto a Igreja fala-nos de resignação. Belém já começou a ser escavada para dar lugar a mais este espavento da Igreja Católica, não sei se iremos a tempo. Abecassis e Santana Lopes estão-lhe associados.

Enquanto as religiões não se impuserem pela prática diária junto dos povos e pelo despojar de atavios magnânimos, arquitectónicos e cenográficos com que esmagam a pequenez dos fiéis seguidores, nunca serão religiões sérias, no sentido em que o grande valor da sua existência deveria ser exclusivamente a mensagem em si, bastando apenas isso como método de captação e não buscá-lo pelo efeito que deixa sideradas as ovelhas ao contemplarem as suas obras megalómanas. É esse jogo perverso de imposição de imagem que aniquila a seriedade de muitas religiões. Veja aqui o projecto.
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27 novembro 2009

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Os Pombos

"Sendo a prevenção um dos aspectos a atender, enquadra-se nesta perspectiva a proibição da sua alimentação, que constitui contra-ordenação punível com coima." (n.º 1, artº. 60º do Regulamento de Resíduos Sólidos da Câmara Municipal de Lisboa). Onde pára a nossa Polícia Municipal? No Brasil já aconteceu isto, veja:
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As doenças dos pombos que convém saber:
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INFECCIOSAS:
BACTERIANAS - Salmonelosis ou Paratifosis, Cólera, Corízia, Ornitosis, Micoplasmosis.
VIRÓSICAS (Vírus) - New Castle ou Paramixovirus, Adenovirus, Herpes, Diftero, Viruela.
MICÓTICAS (Fungos) - Aspergilosis, Cadidiasis ou Muguet.
PARASITÁRIAS:
INTERNOS - Coccidiosis, Ascaridiosis, Capilariosis, Teniasis.
PROTOZOARIOS - Plasmodiosis ou Malária, Haemoproteosis, Trichomoniasis.
EXTERNOS - Piolhos, Ácaros, Dipteros (Moscas), Carraças.

25 novembro 2009

Esclareçam-nos!

Fazendo aqui o papel do cidadão comum, o da rua, dos transportes, do café, diria que não me preocupa nada que Penedos tenha saído da REN e o porquê é óbvio: já o culpamos! … Ainda que não seja assim, e assumindo-nos todos, os Invejosos Sociais de que fala Sócrates, classificamos os proventos destes gestores, excessos de um sistema profundamente injusto, que baixa a estima que temos por estas classes incomuns.

Se este advogado diz isto depois de ver 50 anos de decisões judiciais, não deveremos interrogar-nos sobre o que quer o senhor dizer? Das duas três, ou o advogado está a perder faculdades, ou a jogar o seu capital de confiança junto de nós de uma forma tão arriscada, ou alguma coisa de profundamente errado está a assistir. Como homem da rua é mais uma curiosidade com que fico e uma investigação a fazer por conta própria, uma vez que não nos vai restando Comunicação Social que possamos encarregar disso, como podemos ver aqui.

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24 novembro 2009

Tenho medo...

“Tenho medo de uma sociedade que não tem medo de escutar. Nesse sentido Mário Crespo, tenho medo.” Era assim que os seus entrevistados de ontem, Saldanha Sanches e Paula Teixeira da Cunha poderiam bem ter respondido, quando você queria insistentemente que eles entrassem na sua campanha do Medo. Você quer fazer acreditar as pessoas, que há Medo, quer levá-las a dizer o que faz parte da sua agenda. Está a ser patético e os seus objectivos são indisfarçáveis.

Remeto-o de os olhos fechados e ouvidos tapados para VPV, no Público. Lido em primeira mão no Pátio das Conversas: (…) "A oposição acusa Sócrates de não dar explicações ao país sobre o que alegadamente disse na escuta a Armando Vara. Não percebe, ou percebe demasiado bem, que a mais leve explicação abriria um precedente perigoso. Dali em diante, o primeiro boato com uma aparência de plausibilidade forçaria o primeiro-ministro a justificar, como culpado presuntivo, cada movimento e cada palavra, que directa ou indirectamente transpirasse para a televisão ou para a imprensa. O Governo acabaria por se transformar, como de resto já se transformou, numa feira contínua e num escândalo gratuito. É inteiramente legítimo tentar remover Sócrates de cena. Não é legítimo, nem recomendável arriscar nessa querela a própria integridade do regime." Como vê Mário Crespo até o inefável VPV escreve assim.

Apanhemos quaisquer Sócrates ou Cavacos se eles forem sacripantas, mas sem que isso ponha em causa uma coisa mais fundamental, a nossa liberdade e o direito a não ser escutados em manobras de diversão manipuláveis por qualquer mente sem escrúpulos, quanto à devassa da nossa privacidade. Isso, mete mais medo do que os seus Medos.

21 novembro 2009

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Os Comentadores e Sá Pinto

Rui Moreira diz: “Sim, porque o Ricardo Sá Pinto é uma pessoa benquista no nosso futebol. As pessoas gostam dele…”.

Rui Oliveira e Costa: “Menos o Artur Jorge, não?! … Ahhh ah ah ah ah”.

Rui Moreira: "Ah sim claro! ... Ah ah ah ah".

Sá Pinto, foi aquele jogador que por não ter sido seleccionado, se lançou um dia em cima do seleccionador Artur Jorge ao soco e ao pontapé, quando este estava de costas a falar com alguém. Como prémio, foi recebido em Alvalade por uma multidão ululante, e é agora o director desportivo e já distribui sorridente, autógrafos às criancinhas.

Paulo Bento diz isto dele: “Por minha vontade Sá Pinto não trabalharia no futebol”. Atenção, não é no Sporting, é no futebol! Das duas uma, ou Paulo Bento não é o homem integro que todos conhecem, ou o outro não é mesmo flor que se cheire. Estou mais tranquilo. Julguei que era exagero meu.

19 novembro 2009

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Queiroz ... muito que fazer!

“… Muitos abutres falavam antes destes jogos, mas agora não têm mais carne para comer…”. Foram declarações de Eduardo, Guarda-redes da Selecção Nacional a uma Televisão.

Digo muito que fazer, não tanto pelo que vimos no jogo contra o inferno bósniohersegovino, mas pelo inferno que é a falta de nível de jogadores que chegam à Selecção e se acham craques com direito à bimbalhice e aleivosia. “… Muitos abutres falavam…”? Quem se julga Eduardo? Com que direito fala daquela forma, sobre quem não esteve de acordo com a forma como a equipa vinha perdendo pontos? Olha Eduardo, escrevo isto desta forma, mas fui dos que sempre apoiou a Selecção e este seleccionador, mas de repente, e com isto, deste-me uma veneta e acabaste por me fazer lembrar uma coisa que já estava esquecida: foi quando te precipitaste que nem um abutre nas tristes cenas das agressões à entrada do túnel no Braga, contra o Cardoso e o Benfica, quando ele apaziguava todos. Assim, Carlos Queiroz vai ter mesmo muito que fazer, porque um style desses não vem só de berço, e nós não queremos gente reles na Selecção.
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14 novembro 2009

Refugos na TVI - (Reeditado)

A Pide não escutava por motivos criminais, não andava a saber o que cada um falava porque o seu zelo se estendesse à prevenção do crime. A Pide escutava puramente por motivos políticos. A Pide só queria saber o que cada um dizia politicamente, não me consta que os criminosos tivessem a Pide à perna.

Ora: “O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, decidiu, ontem, sexta-feira, anular e destruir as escutas telefónicas do processo Face Oculta em que intervém o primeiro-ministro, José Sócrates, à conversa com Armando Vara. (...) O presidente do STJ terá considerado as escutas nulas e irrelevantes do ponto de vista criminal.”. Lido no JN. É um juiz, e logo o presidente deles, que o diz: “... do ponto de vista criminal” que é isso que lhe interessa e está em causa, porque as escutas neste Estado de Direito só são permitidas em investigações criminais e com moldura penal superior a três anos, e não em investigações políticas. O que alguns arautos da defesa do Estado de Direito reclamam è a sua subversão pela via das alterações pontuais em função dos seus interesses políticos, esquecendo que a abertura a esse voyerismo é o principio que pode vir a legitimar a coisa mais execrável num regime político: a escuta segredosa ao cidadão. Isto deixa-me um arrepio no pelo, mas pelos vistos não deixa a todos. E vi ontem alguns na TVI, o José Manuel Fernandes, pois claro, e um artista com um ar muito pouco recomendável António Ribeiro Ferreira, sobre o qual descobri esta pérola de veneração a Bush, tendo-o descoberto nesta e nesta onde o pode conhecer. É com arautos destes que o jornalismo e a Direita vão fazendo o seu caminho, e é uma pobreza que a televisão promova o seu fel, unicamente à cause de Sócrates.
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Reediação depois da audição do "Contraditório", na Antena 1:
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Um dos riscos que se corre quando se escreve a quente, é o de laborar num raciocínio errado, e esse foi um risco corrido neste post. Mas vi as reacções de alguns políticos a este problema e cada vez mais, e por isso, me sinto melhor no raciocínio autónomo sem precisar de correias de transmissão política. Remeto-vos para este programa da RDP, o Contraditório, com Carlos Magno, Luis Delgado e Ana Sá Lopes.

Diz Carlos Magno: “Há coisas que um cidadão não faz, não faz pelas pernas abaixo e não comenta escutas.” De memória, dizem eles, e até o inefável Luis Delgado, entrou neste acordo de conversa: “Quem colocou as escutas cá fora cometeu um crime. Repugna-me que alguém seja quem seja, esteja a ser escutado. Como diz o Bastonário Marinho e Pinto, até um arguido e o seu advogado tem o direito a não ser escutados, quando alguém está a escutar, deve parar logo ali.
Vejam lá o que isto dá: aqui há coisa de um mês andávamos todos preocupados a discutir porque o Presidente estava a ser escutado, afinal era Sócrates que andava a sê-lo há quatro meses. Provavelmente andamos todos a ser escutados isto é uma sociedade inquisitorial pidesca, soviética, própria de regimes ditatoriais etc. etc. “
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Direi mais: é preciso registar os nomes de quem está a dar apoio ou concorda com a isto porque não é gente de confiança para alguma vez ter acesso aos destinos deste país.

Clique no link daquela conversa, e depois no botão de áudio para ouvir, porque raramente lhe sugiro coisa que não mereçam ser ouvidas.
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11 novembro 2009

Encerrada temporariamente

Buchholz. Ou o seu epitáfio?

Ia à Livraria Buchholz, na Rua Duque de Palmela, comprar um livro, mas a indicação à entrada provocou o desalento que aqui me trouxe. Por baixo da reentrância da porta de vidro já se acumulavam folhas amarelas de Outono, que me acentuaram a melancolia neste S. Martinho, talvez ainda pela falta de água-pé e duas castanhas. Não comprava ali há algum tempo porque o meu circuito na cidade mudou e este intervalo foi fatal. A Buchholz não aguentou o momento que aqui antecipei há dois anos atrás, em Livros & Hipermercados, e ela passa agora nesta história, pelo dilaceramento real do corpo que um dia fez parte da cultura da cidade.

Somos todos culpados! Porque já misturamos a leitura com as couves, quando a mercantilizamos no hiper por mais ou menos um euro. Uma livraria com aquela história entra em qualquer classificação que façamos de património cultural ou imaterial, só a gestão das cidades não parece ver isso. Aceitam-se propostas que salvem as livrarias, desde que não incluam a mistura de livros com chouriço. Os hipermercados secaram as cidades - todo o comércio nas cidades - e elas nasceram mesmo por essa razão. É no comércio que está a sua génese, e a alteração deste padrão de organização humana está já a provocar roturas das quais nos vamos queixando, sem nos apercebermos bem de quê. Depende de nós, já que os poderes que atibuimos à livre concorrência também estão aí para se servirem apenas de nós. Vai morrer mais um pedaço da cultura da cidade sem que ninguém dê o alerta.

10 novembro 2009

Mais um ano assim?!

Alguém dizía na rádio: o que é preciso é arranjar mensageiros que sirvam objectivos políticos e jornalísticos, logo económicos, e mantenham este pântano: Ferro Rodrigues e Jorge Sampaio no Casa Pia, Sócrates no Freeport e Sócrates no Face Oculta. O estatuto da investigação jornalística, não pode ser uma actividade sem riscos, não pode servir para tudo e virar candidamente num conto telenovelado, sem uma forte penalização, se nos andar a enganar. A investigação pode render dinheiro, desde que esteja segura que não o está a fazer à custa do meu bom nome, caso contrário, não pode ser uma actividade rentável como qualquer negócio de sucatas.

Ferreira Fernandes no DN, de 08/11/09:

Leio o resto no link.

06 novembro 2009

Tá boniiiito...


Falta referir que a nova secretária foi nomeada 2 (dois) dias antes de ser mamã. Nem com os escândalos que por aí vão esta gente se resguarda, o que configura que até o pudor já se está a perder. Agora vou ver quem ganhou em Loures.

Aplaudido

Neste excelente vídeo de promoção das obras na Praça do Comércio que aconselho a ver, podemos avaliar o valor das obras que estão em conclusão e que com a finalização da ETAR de Alcântara, daqui a cerca de ano e meio, livrarão finalmente aquela praça do cheiro nauseabundo e da poluição actual que neste momento nos impedem de passar por lá. É disto que as cidades precisam, de obras que a façam funcionar. Para rotundas, flores e palmeiras já demos o suficiente. Vejam:

05 novembro 2009

Nimrod e a Patética

Não ouvimos com frequência música clássica na nossa rádio, apenas a Antena 2 vai cumprindo essa função. Se não tivermos formação musical q.b. é natural por falta de treino não conseguirmos identificar um tema que ouvimos. Pode ser o caso deste que está em audição e o relevo que lhe vou dar é para o facto de provavelmente reconhecermos nele uma semelhança com outro, que não conseguimos identificar de imediato. Aconteceu-me o mesmo e tive que pesquisar a origem que partilho convosco.

Este maravilhoso tema, é de Sir Elgar, chama-se Nimrod, e é a parte IX do “Enigma Variations” e também a mais interessante e empolgante desta sinfonia. É um movimento em que Sir Elgar faz uma dessas variations à volta do 2º Movimento da Sinfonia nº 8, a Pathetique, de Beethoven, como se pode ouvir na comparação em baixo, daí termos a sensação de ser um tema que já conhecemos mas sem aquelas roupas. Verifica-se isso depois de ouvir a Patética, controlando os sons de um lado e outro, desligando primeiro em cima o som do blog:


...Nimrod ....................Pathetique

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04 novembro 2009

Braga: mais do mesmo.

O primeiro lugar da Liga está a tornar antipática esta equipa do Braga com todo aquele comportamento arruaceiro à sua volta e é pena, porque o futebol português precisava mesmo de ar fresco e não de comportamentos decalcados. Braga deixou-se infectar. Parabéns à SIC por divulgar o que a Sport TV não quis. Vídeo retirado do Pátio das Conversas.
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03 novembro 2009

- Isto é um assalto!

Surpreendida, a funcionária da ourivesaria atirou-se decidida e agarrou-lhe a caçadeira com a ajuda da colega, pondo o assaltante assustado em fuga avenida abaixo. No cruzamento seguinte, apontou a arma à primeira viatura que estava parada no semáforo que não foi em cantigas e acelerou a fundo deixando o rasto de pneu no asfalto. Virando-se depois para outro carro, de arma no nariz do condutor, fez saltá-lo cá para fora mais depressa do que tinha entrado. Não fosse a interposição de outra viatura, e a mota do companheiro da corajosa funcionária, que entretanto se meteu no encalço do meliante, teria evitado a fuga logo ali, mas só veio a perder-lhe o rasto nas ruas da Baixa depois de uma perseguição por entre o trânsito, quando também ele viu os canos apontados ao capacete. Isto por informações na hora, via telemóvel! Viemos mais tarde a saber que o artista se perdeu na fuga, já com uma segunda viatura, tendo entrado em contra-mão na Ponte 25 de Abril. Acreditamos que tenha sido depois canja para os nossos ti-nó-nis.

Conclusão: Depois das últimas notícias do Algarve, e de ver o número de pedidos que aguardam licença de porte de arma, começo a acreditar que o cidadão quer fazer justiça pelas próprias mãos, o que por várias razões, é sempre um exercício perigoso e hoje, quatro corajosos cidadãos correram ao pé de mim esse risco.

Isto não é um conto, foi a última aventura d´hoje ao entrar em casa nesta movimentada avenida, já com a sopa na mesa a arrefecer.

01 novembro 2009

A Ética

A falta de sentido ético que por aí vai é de tal ordem que a notícia do engenheiro da Câmara Municipal do Porto apanhado na rede corruptiva que grassa por essas autarquias, está a incensar Rui Rio, por este ter feito, como devia, a denúncia à PJ, da informação que recebeu, sobre o ilícito que se estava a praticar. Isto seria uma atitude normal e até obrigatória, depois de receber aquela informação, e não poderia ser outra sem correr o risco de um encobrimento punível por lei. Mas ao que assistimos, foi às loas que se teceram por aí em louvor do gesto. O que deveria ser tido como uma atitude corriqueira, catapulta um homem a super herói. Isto é o sintoma mais visível de que a ética não vem na matriz de muita gente e que também não a andamos a ensinar nas escolas.