30 janeiro 2009

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Salve o JN

“Há um só jornal de dimensão nacional sediado fora de Lisboa, o “Jornal de Notícias”, resistente último à razia que o tempo e as opções de gestão fizeram na Imprensa da cidade do Porto. Todavia, nunca a precariedade dessa sobrevivência foi tão notória como hoje, sendo tempo de todas as forças vivas da sociedade reclamarem contra o definhamento da identidade de uma instituição centenária que sempre as representou, passo primeiro para a efectiva e irreversível extinção.” Começa assim a Petição.

Assine aqui: Petição para salvar o Jornal de Notícias

29 janeiro 2009

Cepticismo

Nacionalização da Banca sem indemnizações, assim como uma espécie de socialização do nosso sector Financeiro? Sendo que socialização pode significar: “desenvolvimento do espírito de cooperação nos indivíduos associados” ou “processo de integração mais intensa dos indivíduos no grupo”. Já não sei Alexandre, ando céptico.

Descobri quando o tal Muro caiu que afinal nem tudo eram rosas e que a tal propaganda ocidental não tinha mentido em tudo. Descobri agora, ou confirmei agora, que o tal sistema que empurrou o Muro queria afinal era ter mais lastro, para poder avacalhar sem oposição. Resultado, parece que nem Lenine nem Adam Smith, acertaram ainda na receita para a organização perfeita da nossa sociedade ou então, os homens deram-lhes cabo das doutrinas.

É urgente um meio termo entre os dois, mas desta vez, talvez a solução não venha de algum incendiador de multidões, por uma razão muito simples, o tempo mudou e o cidadão do Mundo está hoje on line e talvez a mudança seja desta vez mais ditada pela força colectiva do querer da Humanidade, que já percebeu que se pode auto motivar num clique, e ser ela agora a influenciar a escolha. Por outro lado, esta força pode igualmente ser fatal se deixar dominar-se pelo pânico por se considerar roubada por aqueles em quem confiou. Duvido é que possa agora voltar a acreditar em cartilhas. Mas isto sou eu, o burguês a achar que. Sei lá que confusão vai na cabeça dos desgraçados famintos que não vêem uma côdea há séculos, para que possam entender-me se lhes falar de soluções do tipo Cidadania Global Colectiva, de que fala o Fernando Nobre. E se eles entenderem, como convenço os meus amigos?
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27 janeiro 2009

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Nunca comento as minhas fotos, mas esta impõe que diga que foi um instantâneo tirado no carro, em andamento. Estava a ouvir Tears in Heaven, de Eric Clapton e foi uma foto/momento especial. Partilhem a música, se for também para vocês. (Link retirado)
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As Buscas

A forma mais corriqueira de atacar qualquer declaração do Bastonário Marinho e Pinto tem sido a de considerar que deveria apresentar provas sobre tudo o que vai falando. Não haverá pessoa mais instada a isso em Portugal do que este bastonário. Teria sido impossível o cidadão ter uma opinião deste operador da área da Justiça, se este estivesse obrigado apresentar provas de tudo o que diz quando não cai bem, e essa obrigação, mais não seria do que uma grave forma de castrar a liberdade que tanto preservamos.

A propósito das declarações de “terrorismo de Estado” com que defende agora um grande gabinete de advogados devido às buscas no âmbito do caso Freeport, só provam a sua verticalidade no exercício da sua função, porque tanto faz isto, como defende um Skinhead da Justiça de que não estava a beneficiar.

Marinho e Pinto pode errar ou exceder-se como qualquer um de nós, ou qualquer interveniente na área da aplicação da Justiça, mas considero os seus erros ou excessos a existirem, bem menos lesivos do que aqueles de que tenta defender-me, quando faz estas declarações que incomodam tanta gente. Como cidadão, não sinto em momento nenhum a Justiça que quero, afectada pela declarações do Dr. Marinho e Pinto.
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24 janeiro 2009

Deste, gosto mesmo.

Nunca apontei aqui nas minhas leituras para os gurus da blogosfera ou para as personalidades da política e da Comunicação Social, por já lhes conhecer o pensamento e não precisar de aferir o que escrevo pelas suas opiniões. Tenho tido por outro lado o privilégio de ler, e de alguma forma aprendido, com bloggers de perfil menos mediático, mas com uma escrita e um pensamento superiores na forma e no conteúdo, e tem sido essa a riqueza que me tem ajudado também a manter por aqui todo este tempo. Há blogues que leio sem intervir, há outros onde deixo um comentário a espaços e há os que se mantêm e resultam numa maior assiduidade e há depois os que desistiram e já são história.

Acabei por conhecer bloggers, pessoas interessantes que ficaram amigas, que não sendo como as imaginava, corresponderam no entanto ao que escreviam. Outros, mantêm-se ainda virtuais e sem o rosto que não seja o seu nome mas este, é também um lado interessante nestas ligações.Tenho sido parco nos contactos, e optei por ter os blogues que leio apenas nos Favoritos, mas agradeço a todos os que mantêm um link para o Arroios. É o caso do Ricardo do Pátio das Conversas, um blogger muito atento ao que nos cerca, com os pesos certos em tudo o que escreve e é por isso que é uma honra que me tenha aqui distinguido entre alguns blogues que lê. Manda o regulamento que nomeie também. São estes os quinze por onde tenho passado mais recentemente, mas nem sempre os mesmos. Aos não nomeados um abraço, isto é só uma brincadeira! Também por ordem alfabética:
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1.A Barbearia do Sr. Luís
2.Associação Abril
3.Cidadãos por Lisboa
4.Coisas da Vida
5.Contra a Indiferença
6.De Rerum Natura
7.Estranho Estrangeiro
8.Fênix Ad Eternum
9.Fórum Cidadania
10.Lagartices-Martim
11.MIC
12.Pátio das Conversas
13.Ponte Europa
14.Portugal, Caramba!
15.Uivomania
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Há um Ministro...! dizem...!

Reeditado.
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Vejo a SIC, e hoje não fez outra coisa, vejo Ricardo Costa e um tal jornalista que era dos futebóis e agora é investigador e se replicam de programa em programa, vejo o Expresso, vejo o Sol, vejo esta gente nervosa! – Há um Ministro que... dizem...! O PGR e a Procuradora do processo já fez desmentidos oficiais sobre isso, mas não valem! O que vale é aquilo que nós sabemos! A Direita assanha-se! É agora! É preciso pressionar! O homem meteu a mão na massa! Aquilo vem de 2002 de vez em quando, mas agora é que é, há um vídeo! Dizem...! Qual Camarate! E o jornalista que era dos futebóis e agora é investigador, rói as unhas, e diz que sim ao chefe Costa e cita artigos da Constituição e tudo!

Até podem ter razão, mas não é este circo pobre e este tipo de ética jornalística que me faz ver TV ou ler os seus jornais. Um nojo que talvez agrade à Direita que controla as TV e os media privados, tudo, menos nível e comportamento jornalístico sério: uns badamecos que me fazem ter saudades dos jornalistas.

Seremos um país de trampa (*), se não vir atrás das grades algum dos protagonistas desta peça: O Sócrates se meteu a mão na massa, ou os Jornalistas que sem ética não confirmam as fontes e se servem da Justiça para refundar a Direita a qualquer preço e fazem julgamentos em directo em prime time.
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O Ricardo está a dizer melhor sobre isto, aqui no Pátio das Conversas.
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(*) Vocábulo substituído para amenizar.
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Reeditado para dar daqui uma chapelada ao que disse Eduardo Dâmaso Director-Adjunto do C.M, no Telejornal, por ser um dos que não pactua nestas questões e este sim, aprendeu em vez de andar a cabular. Ao mesmo tempo, conferir que 24 horas depois a conversa e a postura de Ricado Costa na mesma TV, não parece a do jornalista do dia anterior. Pois é, não se deve falar para uma audiência tão vasta, a quente, não é?
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23 janeiro 2009

Made in Portugal

“Por todo o país há empresas que fazem coisas boas. São inovadoras, criativas, tecnológicas, ousadas. Algumas brilham lá fora mas são desconhecidas cá dentro.” Do programa Made in Portugal, na TSF.

A notícia da subida de 5 lugares no ranking europeu do desenvolvimento tecnológico, faz-me referir este programa que ouço na TSF, sobre as nossas empresas que estão a fazer produto com qualidade a nível mundial. São empresas novas que herdaram uma característica que existe um pouco na matriz dos portugueses: somos inventivos, criativos e com um "desenrasca" muito nosso. Em tempos, concorríamos mesmo ao Salão de Inventores na Europa e trazíamos todos os anos prémios que depois não tínhamos capacidade para desenvolver ou patentear, acabando a maior parte dos inventos por serem aproveitados por outros.

Esquecendo o actual período da recessão global, talvez estejamos a entrar num novo ciclo em que, obrigados pelas conjunturas, transmitimos essa força a empresas que beneficiam agora da ascenção de gente com uma formação académica diferente da anterior geração de empresários, que tinha apenas formação liceal, quando tinha. Este programa, poderia ser complementado com outro que relatasse o que se passa igualmente ao nível da investigação individual, onde há cientistas a produzir e a publicar trabalhos.

Acredito que possamos estar a mudar de paradigma, embora com mudanças pouco visíveis no curto prazo. Se há uma coisa que nunca me verão fazer, é chacota pelos entusiasmos desmedidos de Sócrates com as suas inovações ou planos tecnológicos, sejam eles os Simplex ou os Magalhães, porque não são divergências políticas que me obrigarão a criticar por uma questão de circunstância. O que me recuso, é a chorar sobre o leite derramado. Um dia, teremos o retorno da aposta, é impossível que não aconteça.

Ouçam então neste link: do Made in Portugal, clicando depois no Arquivo de Emissões, podem ouvir vários casos por exemplo, o inicio que começa com a Ydreams.

20 janeiro 2009

Pela Paz

Aceito o convite e farei sempre daqui pela Paz, uma cadeia.

Como outras de improváveis proveitos já quebrei, e sabe-se lá o que perdi, não que os não queira mas porque até das boas intenções há quem queira tirar outros proveitos, não posso deixar que alguma coisa de muito valioso se perca, só porque faltou aqui a força da minha convicção.

Perfilo-me então com o garbo que o momento merece, mas tenho já que alertar com um meio olhar sobre o ombro, quem teima curvado em tentar descobrir a paz no seu umbigo, esquecendo a postura vertical da formatura.

Trago para isto Stolerov e Andrea Bocelli, que pedem ambos para que "Deixem a Palestina em Paz! para que Deixem Israel em Paz!"

“De Lisboa para Gaza
(no dia de um cessar fogo)

Cercada pelo nevoeiro
a minha rua tornou-se cinzenta,
tantas gotas nascem da neblina,
pontinhas frágeis de luz pegadas
aos torcidos ramos das árvores descuradas
do jardim que mal sobrevive
atrás de um muro antigo
decorado com remendos e manchas de musgo –
à frente da minha janela,
são centenas de lágrimas que brotam,
donde virão em breve folhas e flores.
Vivo o esplendor do momento e do futuro,
sentindo apenas um frio ligeiro nos dedos,
enquanto protegido na minha privacidade
escrevo sobre bairros modernos,
bairros secos e ensolarados,
onde chove só fogo e fósforo,
onde nasce tanta morte
e mal resiste a vida,
um cemitério cercado por muros novos,
onde verde pode ser a cor de bandeiras
mas brancas são sempre as mantas dos defuntos,
bairros densos de desgraça, desertos humanos,
que terão de aguentar o presente
até a Primavera.

alan stolerov
18 Jan. 09"
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18 janeiro 2009

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Debatendo a Palestina - III

lendo Chomsky – “Assalto ao Médio Oriente” Antígona, 2003

“... Os projectos intensivos de construção e de colonatos levados a cabo durante os últimos anos estão encaminhados para “criar factos” que conduzirão a esta “solução definitiva”. Essa foi, claramente a intenção dos sucessivos governos desde o primeiro acordo de Oslo, firmado em Setembro de 1993...”. “... Em Fevereiro deste ano, (2002) a imprensa israelita informava que o número de edificações iniciadas havia aumentado quase de um terço desde 1998...”. “...Uma análise ...revela que só uma mínima parte das terras destinadas aos colonatos é empregue na realidade para agricultura...”
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“...o princípio básico é o seguinte: o território útil da Cisjordânia e os recurso críticos, sobretudo a água, permanecerão nas mãos de Israel, mas a população será controlada por um regime palestiniano dependente, que se espera seja corrupto, bárbaro e submisso.”. “... Há que recordar que o regime militar, a partir de 1967, impediu desapiedadamente o desenvolvimento independente, deixando as pessoas na penúria e na dependência, ... Como afirmou outra jornalista destacada. Amira Hass, esta política foi iniciada pelo governo Rabin ”anos antes de o Hamas planear ataques suicidas, e foi aperfeiçoada através dos anos...”.
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“ As novas propostas de Barak parecem ser mais uma advertência do que um plano, ainda que constituam uma extensão natural do que sucedeu antes. Na medida em que forem implementadas, ampliarão o projecto de “transferência invisível” que se tem estado a realizar há muitos anos e que é mais exequível que uma “limpeza étnica” descarada (como chamamos ao processo quando é realizado pelos inimigos oficiais). As pessoas obrigadas a abandonar toda a esperança e sem oportunidade alguma de uma existência que tenha sentido, emigrarão, se tiverem oportunidade de fazê-lo. Os planos, que têm as suas raízes nos objectivos tradicionais do movimento sionista desde as suas origens foram articulados em discussões internas do governo israelita em 1948, quando se estava a realizar uma limpeza étnica aberta: a sua expectativa era que os refugiados “fossem esmagados” e “morressem”, enquanto “a maioria deles se converteria em pó humano e na escória da sociedade, e se uniriam às classes mais empobrecidas nos países árabes”. Os planos actuais, impostos pela diplomacia coerciva ou pela força bruta, têm objectivos semelhantes....”
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16 janeiro 2009

Debatendo a Palestina - II

lendo Chomsky: “Assalto ao Médio Oriente”, Antígona, 2003.

“... Em qualquer análise do denominado “processo de paz”, seja o de Camp David ou qualquer outro, deve-se ter em conta o significado efectivo deste termo: por definição, “processo de paz” é qualquer objectivo visado pelo governo norte-americano.

Se entendermos este princípio fundamental, compreenderemos de que modo os inegáveis esforços levados a cabo por Washington para minar a paz são considerados um processo de paz...”

“...Entretanto os EUA vetaram as resoluções do Conselho de Segurança em que se apelava a um acordo diplomático que cumprisse o disposto na resolução 242 e contemplasse, além disso, os direitos da Palestina. Também vetaram (juntamente com Israel e, em certas ocasiões, com outros Estados clientes), em anos sucessivos, resoluções semelhantes da Assembleia Geral, e ao longo do tempo continuaram a obstaculizar todos os esforços envidados pela Europa, os países árabes a OLP para alcançar uma solução pacífica do conflito. Esta rejeição sistemática de um acordo diplomático é o “processo de paz”. Os factos concretos são há anos abafados pelos meios de comunicação, assim como pelos trabalhos académicos, mas não são difíceis de indagar....”. “...Com estas medidas, o “processo de paz” evoluiu para os arranjos bantustanianos pretendidos pelos EUA e Israel,...”

A Economia Portuguesa

Ainda há solução para Economia Portuguesa?

No Jornal de Negócios.

12 janeiro 2009

Antecedentes do Conflito

(1ª Reeditado para inclusão de link de mapas)
(2ª Reedição para inclusão de link infografia do Público)

No seguimento do post anterior, sobre o conflito na Palestina, junto o link dos mapas que explicam a evolução histórica do território, um contributo para percebermos como se chegou a este estado, e como é tremenda a injustiça a que aquele povo está sujeito e da razão que lhes assiste:

Mapas de Ocupação Histórica da Palestina

Mas o João - que não é o Jo do post anterior - voltou com mais mapas noutro formato, mas também elucidativos da evolução:

Novo recorte de mapas visto no, Ponte Europa.

O Alexandre ajudou a compor este post, enviando um link do Jornal Público, com uma infografia do Muro Israelita na Cisjordânia, o que agradeço. Clique na seta da barra superior da fotografia para animar a apresentação e veja a comparação com o Muro de Varsóvia e de Berlin:

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11 janeiro 2009

Debatendo a Palestina

Cópia da resposta a um amigo contestando os seus argumentos, a propósito da circulação na net de um pps sobre a Palestina:

"Bom dia Jo! Acabaste o teu email assim: “Bom, um abraço, e espero que não fique aborrecido com a minha opinião!”. De vês em quando fazes-me "cumprimentos" destes, mas eu não ligo! Não quero catequizar-te, embora te inclua nos amigos que merecem a atenção de partilhar a informação que vou recebendo e me vai esclarecendo. Como a que temos é a vinculada pelo Ocidente, não preciso de te dar essa, porque é aquela que te/nos vem intoxicando ao longo destes tempos.

Tem sido o facto de me ter interessado por este conflito que me vem há algum tempo modificando a opinião acerca dos bons e dos maus. Este processo não foi instantâneo, foi uma leitura lenta do que se tem passado. Como sabes os Judeus dominam numa grande escala a economia mundial dominando a economia americana, onde nem precisam de fazer lobby, são por natureza. Isso faz com que todo o Ocidente tenha sobre o conflito uma visão pré-formatada, vê-se nas entrevistas dos jornalistas às figuras do “outro lado”, as perguntas são feitas assentando logo em factos que são mentiras, entre as quais por exemplo podemos contar, em quem “rompe” ou “não cumpre” os acordos, ou, noutras circunstâncias, borrifa nas muitas resoluções da ONU sobre o problema. Um dos acordos mais importantes e a tentativa mais séria de resolver a questão foram os tais acordos de Oslo. Tenta informar-te quem sistematicamente fez tudo para que não fossem cumpridos e verás. Toma nota, a Israel não convêm que nenhum acordo corra direito, e fará sempre tudo para que hajam respostas que lhe permitam ter motivos para fazer o que faz há muito.

Como dizia, este meu processo não foi instantâneo, foi uma leitura lenta do que se tem passado, porque sei que nunca conseguiremos ver os dois lados do problema se nos mantivermos irredutíveis apenas na pele de um deles. E até há algum tempo atrás, se os Judeus não eram para mim os coitadinhos, tinham pelo menos o benefício da dúvida que a interpretação dos extremismos nos provoca. É preciso passarmos para o outro lado da barreira para nos apercebermos que outra verdade nos é omitida. E foi o que fiz, e não precisei de ser muçulmano para isso. O Ocidente parte do principio que as injúrias e desgraças que aqueles pobres têm sofrido não têm a mesma relevância noticiosa ou importância humana, e é bem verdade porque, mais dois ou três desgraçados mortos no meio de tantos que têm morrido ao longo destes tempos, já não faz a notícia se comparada com um morteiro que caiu num colonato e feriu um judeu. É o mesmo problema dos desgraçados que morrem aos milhares em África sem merecerem a notícia pesada por esses mesmos critérios.

Já te falei de Noam Chomsky, um americano de origem judaica, vais dizer que é um esquerdista e come caviar, mas também é verdade que não podia arranjar um Sionista para me dar a outra perspectiva, ele escreveu dois livros sobre o problema, O Assalto ao Médio Oriente, e outro sobre a política americana naquela área, Poder e Terror. Junto também aqui como exemplo de um desmistificador do que é essa informação, o Michael Moore, com os filmes que já fez. São um exemplo de que precisamos de diversificar a nossa fonte de informação sobre os conflitos, porque de outra forma somos metralhados sempre com a mesma visão do problema sem que, quem dá a notícia nem se aperceba tão pouco de que está a fazer a cabeça de quem os houve. Há uma verdade a que tenho cada vez mais que estar atento: defender as mesmas posições dos EUA é meio caminho andado para estar a pensar errado. São tantos os exemplos que me levam a este raciocínio, que me surpreendo, e se duvidares disto, envio-te um rol imenso.

Um abraço"

08 janeiro 2009

Why?! É por isto:

"Estes 700 palestinianos mortos ainda não são suficientes para garantir a segurança de Israel nem para pacificar a má consciência da Europa e dos Estados Unidos. A Besta hedionda precisa de mais sangue, mesmo que seja o sangue de crianças. AC"

É também por isto, que desde a causa de Timor não me sentia tão revoltado e activo. Há três dias que não paro de reunião para fórum e hoje, estive na Embaixada de Israel, para lhes dizer que nos repugnam estes métodos e muito mais, quando a sua forma e frequência histórica configuram extermínio.

07 janeiro 2009

Why do they hate us?

"Uma vez mais, Israel abriu as portas do inferno aos palestinos. Quarenta civis refugiados mortos numa escola das Nações Unidas, mais três noutra. Nada mal para uma noite de trabalho em Gaza pelo exército que acredita na "pureza das armas". Mas porque deveremos surpreender-nos? (…)

Será que esquecemos os 17.500 mortos - quase todos civis, a maioria deles mulheres e crianças - em 1982 na invasão israelita do Líbano, os 1700 civis palestinos mortos no massacre de Sabra-Chatila, em 1996, o massacre de Qana de 106 civis libaneses refugiados, mais de metade delas crianças, numa base da ONU, o massacre dos refugiados de Marwahin que foram obrigados a sair de suas casas pelos israelitas em 2006, em seguida abatidos pela tripulação de um helicóptero israelita; os 1000 mortos desse mesmo bombardeamento na invasão libanesa, quase todos eles civis? (...)

Sim, os israelitas merecem segurança. Vinte mortos israelitas em Gaza em cerca de 10 anos é de facto uma figura sinistra. Mas 600 palestinos mortos em pouco mais de uma semana, milhares ao longo dos anos desde 1948 - quando o massacre israelita em Deir Yassin ajudou ao inicio da fuga dos palestinos desta parte da Palestina que se tornou Israel - está numa escala bastante diferente . Isso não lembra um derramamento de sangue normal no Médio Oriente, mas uma atrocidade ao nível das guerras dos Balcãs na década de 1990. E, claro, quando um árabe se bestializa com fúria não reprimida e toma a sua ira incendiaria cega sobre o Ocidente, vamos dizer que não tem nada a ver connosco. Porque é que eles nos odeiam, vamos perguntar? Mas não vamos dizer que não sabemos a resposta."

Excertos de tradução do, The Independent
January 7, 2009
Um artigo de, Robert Fisk: Why do they hate the West so much, we will ask.
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